domingo, 1 de fevereiro de 2009

O MUSEU E EU

Você vai ouvir "Mulato de Qualidade", 1932, samba de André Filho com o grupo Canhoto e "Cantores do Rádio, de 1936, marcha do trio Lamartine Babo, Alberto Ribeiro e Jõao de Barro. Carmen e Aurora, no filme "Alô Alô Carnaval", cantam-na com um conjunto de fraque, cartola e calça comprida, numa cena antológica. Regravada e cantada no filme "Quando o Carnaval Chegar", de 1972, por Chico Buarque, Nara Leão e Maria Bethania.


Carmen, no futuro
O futuro, sabemos, está sendo construído hoje.Se no hoje, não houver um esforço coletico e uma consciência da preservação da memória nacional, a Carmen no futuro vai ter sua imagem, lentamente, apagada das páginas dos livros; calada será sua voz nos discos; seus balangandãs, figurinos e adereços corroídos, meticulosamente, pela maresia da baía de Guanabara, onde seu museu, aguardando das autoridades, por trinta anos, uma sede definitiva, possa abrigar com justiça e dignidade todo o seu acervo.Será que para 2009 esse não seria o melhor presente para a cidade do Rio e para o Brasil?
Viviane Figueiredo
dedicado a Doni Sacramento.
Em 2009 Carmen Miranda completa cem anos. Ela é a portuguesa mais brasileira de todos os tempos!
Nascida em fevereiro de 1909, em Marco de Canavezes, veio para o Brasil com menos de um ano de idade, e em um Rio de Janeiro, com ares afrancesado, como cabia a toda a cultura da época, viveu, sambou e subverteu a ordem até meados de 1939, quando a bordo do navio Normandie, partiu para outras praias, não sem antes
deixar aqui quase três centenas de músicas gravadas, da nata dos compositores brasileiros. Estes se jogavam a seus pés! São marchinhas, sambas-choro, sambas-jongos e sambas onde impôs sua genialidade, sua personalidade süi generis, seu espírito vanguardista e cosmopolista. Foi multimídia, atuando nos discos, nas rádios, no teatro, cinema e na televisão.

Você assistiu Carmen cantando " O que é que a bahiana tem" , samba típico baiano de Doryval Caymmi, com acompanhamento do grupo Regional, para o filme "Banana da Terra", de 1939. Com a graça e encanto de Carmen, a baiana, antes um traje vulgar, adquiriu outro valor. E de baiana Carmen foi para a Urca e para a América, conquistando o mundo e transformando a baiana no traje típico nacional e representativo da mulher brasileira.


Ela foi magistral em conciliar glamour com popularidade. Diferentemente das celebridades sem conteúdo de hoje, Carmen Miranda, soube como ninguém tornar-se acessível e inesquecível para os compositores e para o seu público, que foi, quase por unanimidade, o Brasil inteiro!
Seu gosto extravagante, sua imaginação fértil, sua beleza, sua dicção fabulosa, sua voz, seu rítmo, sua bossa, seu it...it...it
"A Cantora do it"
"Ditadora Risonha do Samba"
Em 1941, dois anos, só dois aninhos, lá fora, já estava se imortalizando na calçada da fama, isso em uma Hollywood onde divas e deuses brigavam pelo pódio do Olimpo. Não deve ter sido nada fácil a pressão que a nossa Maria do Carmo Miranda enfrentou para manter-se ali. Também nada fácil, manter-se longe daqui.
Quando ela cansou, em agosto de 1955, deu um jeito de bater as botas com um infarto e foi sambar lá no Céu. Às vezes, ainda dá pra ouvir as suas risadas.

Até Tom e Jerry reverenciam a "Brazilian Bombshell"
v.f

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